Esta aldeia é designada por “aldeia em movimento” sendo um atractivo turístico para os visitantes...
...de vários pontos do país e de Espanha, graças às suas festas e eventos, que se realizam ao longo do ano. Santo António é o padroeiro, e na 1ª semana do mês de Agosto, realizam-se as famosas festas anuais.
Natal e a Páscoa são outras épocas amplamente assinaladas e que atraem igualmente muitos visitantes. No Natal, é usual encontrar grupos de pessoas na rua entoando cantigas tradicionais onde os instrumentos típicos tais como a ronca (pote de barro com uma pele de bexiga de porco por cima furada por uma cana) não podem faltar. A Páscoa é outra época que atrai muita gente a esta aldeia alentejana. O ritual religioso denominado pelas «aleluias» celebram a ressuscitação de Cristo. Actualmente a população e demais visitantes reúne-se inicialmente no adro da igreja, e quando soam as badaladas da meia noite de Sábado de Aleluia, tocam-se os chocalhos. Grupos de pessoas percorrem a aldeia em grande algazarra em busca de rebuçados e amendoins distribuídos pelos proprietários de restaurantes, cafés, estabelecimentos comerciais e pessoas particulares, que aderem de uma forma sempre entusiasta, a este tipo de evento.
Mas esta tradição nem sempre foi como actualmente. Sabe-se pelos testemunhos vivos, que as Aleluias já existiam há 60 anos, mas num horário diferente do actual. Normalmente era às 9h da manhã. Os rapazes tocavam os chocalhos, em sinal de pedido de algo comestível, e de seguida davam duas voltas em torno do adro da igreja. Depois deste ritual seguiam pelas ruas da freguesia e depois pelos montes próximos em busca dos tão desejados rebuçados ou amendoins. No entanto nem sempre eram bafejados com estas iguarias. As ofertas podiam por vezes ser rebuçados, mas quando estes não existiam, um pedaço de pão ou de queijo era sempre Benvindo. As pessoas ofereciam o que tinham em casa e que lhes era possível dar.